Drogas
são substâncias naturais ou sintéticas que, ao penetrarem no organismo humano
sob qualquer forma – ingeridas, injetadas, inaladas ou absorvidas pela pele –
entram diretamente na corrente sanguínea, atingem o cérebro e alteram seu
equilíbrio, fazendo com que a pessoa sinta tudo “diferente”. Historicamente,
muitas dessas substâncias são utilizadas sem grandes conseqüências pelo ser
humano, e até mesmo com finalidades terapêuticas. Em alguns casos, porém, se
corre o risco de criar dependência dessas substâncias. A dependência é
caracterizada pela necessidade incontrolável de prosseguir consumindo uma
substância compulsivamente, apesar dos problemas significativos que podem
surgir, sejam físicos, emocionais, sociais, financeiros etc.
O
Porque
Os
motivos que podem levar alguém a provar ou usar ocasionalmente as drogas são:
a)
curiosidade
b) influência dos amigos
c) prazer imediato que produzem
d) fácil acesso e obtenção
e) desejo ou impressão de que elas podem resolver todos os problemas ou aliviar as ansiedades.
b) influência dos amigos
c) prazer imediato que produzem
d) fácil acesso e obtenção
e) desejo ou impressão de que elas podem resolver todos os problemas ou aliviar as ansiedades.
Estas
são também razões para a utilização abusiva de drogas. Muitas pessoas usam
drogas a primeira vez pelo menos – por causa de seus efeitos prazerosos. A
curiosidade, a busca de prazer, a atração do “barato” e o modismo são as
principais razões para a primeira experiência. A maioria dos adolescentes nos
estágios iniciais do uso de drogas vêem a “viagem” como uma experiência
agradável e positiva. Some-se a isso a fase extremamente crítica da
adolescência, quando aumentam os questionamentos, a insegurança e a revolta
contra o sistema . A droga pode ser uma saída nesses casos. Mas as drogas
apenas escondem sentimentos e problemas ruins ou desagradáveis por um breve
momento – elas não os fazem desaparecer para sempre. As drogas dão a falsa
impressão de que se está lidando melhor com as próprias emoções. No entanto,
elas só anestesiam, disfarçam, encobrem as emoções e seu consumo traz
conseqüências ruins ao ser humano, tanto física quanto psicologicamente.
Características/Sintomas
Existem
algumas características comuns àqueles que fazem uso de drogas. São elas:
MUDANCA
DE HUMOR E DE PERSONALIDADE. MENOS RESPONSABILIDADE – Os usuários de drogas
podem parecer felizes num momento e tristes no seguinte. Podem ter sentimentos
fortes e anormais de pânico, ansiedade e medo. Desconfiam de todos, tornam-se
irritadiços, nervosos, dissimulados, mal-humorados e pouco afetuosos. Não fazem
os trabalhos domésticos, chegam tarde em casa, esquecem as ocasiões de reuniões
de família, deixam o quarto desarrumado e recusam-se a colaborar.
MUDANÇA
DE AMIGOS, PASSATEMPOS, INTERESSES. SOLICITAÇÃO DE MAIOR PRIVACIDADE.
DIFICULDADE DE COMUNICAÇÃO -Os usuários de drogas podem subitamente perder o
interesse pelos estudos, esportes e demais atividades de que sempre gostaram.
Mudam a linguagem, o corte de cabelo e seu modo de vestir. Eles podem matar
aula, não fazer os deveres de casa, mudar de amigos ou afastar-se de seu
círculo habitual, e ser relutantes em falar sobre seus atuais amigos e o que
eles fazem. Recusam-se a discutir suas atividades, tornam-se negativos quando
os efeitos do uso de drogas são discutidos, argumentam, defendem com veemência
o uso ocasional de drogas pelos amigos e preferem falar sobre os maus hábitos
dos adultos. Tendem a brigar com facilidade.
DETERIORAÇÃO
FÍSICA E MENTAL – Aumento dos sentidos do tato, paladar ou olfato; aumento do
apetite (no caso de uso de álcool ou maconha); raciocínio ilógico ou
incoerente, perda de peso. Parecem doentes ou cansados, apresentando sintomas
de resfriado crônico, tais como olhos vermelhos, nariz escorrendo, dores de
cabeça, manchas roxas inexplicáveis, sangramento de gengivas, fraqueza muscular
e tremor nas mãos.
ODORES
E OBJETOS ESTRANHOS – Algumas vezes, costumam deixar sinais à volta e em seus
quartos, tais como: cheiros estranhos, desodorantes para encobrir o cheiro da
droga, incenso, cachimbos, papéis para enrolar “baseados” etc.
Como
Evitar
Aqui
vão algumas sugestões para ajudar a “fazer a guerra” contra o uso das drogas:
1 –
Aprender tudo sobre o assunto. Quanto mais se souber, mais se entenderá quanto
mal podem fazer. Quando não matam, elas podem arruinar a vida, prejudicando a
performance na escola, tornando a pessoa doente fisicamente e mudando sua
personalidade.
2 –
Procurar resistir à influência negativa dos colegas, trocando de amigos,
mudando o círculo de amizades. Tentar envolver-se em atividades onde se
encontrem novas pessoas, em que se tenha a impressão de estar bem consigo mesmo
e em que se adquira a confiança necessária para viver livre das drogas.
3 –
Conversar, de forma construtiva, e não crítica, com os pais, filhos, amigos e
professores. Ao mesmo tempo, ter sempre definidas regras firmes e limites sobre
drogas, bebidas e outros comportamentos que se julgue particularmente
inaceitáveis.
4 –
Passar um tempo, durante a semana, em família, procurando aproveitá-lo da
maneira mais agradável, produtiva e criativa possível, com atividades de
qualidade.
O
conceito principal que se deve ter é o de não começar a usar drogas. A melhor
forma de evitar problemas é não experimentar. A dependência pode ser
consequência de fatores tais como genética, personalidade, meio ambiente e
relações sociais, além de atingir qualquer pessoa, independente de idade,
classe social, credo ou cor. E impossível detectar se uma pessoa tem ou não
tendência a se tornar dependente. Portanto, se tantos fatores fazem-nos correr
riscos que nos conduzem à dependência, o ideal é evitar a primeira dose. Dizer
“sim” ou “não” às drogas é uma opção de cada um, pois é a escolha de um caminho
de vida. Ninguém pode decidir por outra pessoa, tendo-se portanto que assumir a
responsabilidade pelas atitudes tomadas.
MACONHA
A
maconha, ao contrário do que é difundido geralmente, não é inofensiva ao
organismo, e seu consumo tem efeitos nocivos para o corpo e a mente. A maconha
vem da planta cannabis sativa, de origem asiática, cujo ingrediente ativo, que
causa alteração das sensações, é um produto químico conhecido por THC. A fumaça
da maconha contém mais elementos cancerígenos que a do tabaco, além de penetrar
mais profundamente nos pulmões. A maconha atual é 20 vezes mais forte – e
perigosa do que a usada nos anos 60.
A resina mais concentrada da cannabis é conhecida como
haxixe. A maconha é encontrada normalmente sob a forma de cigarros, os
“baseados”, podendo também ser fumada em cachimbos. Depois
do álcool, é a droga mais difundida no mundo, consumida por considerável número
de pessoas, principalmente jovens e adolescentes. São necessários 20 dias para
que o organismo consiga se livrar de todos os efeitos de um único cigarro.
Dirigir depois de fumar um “baseado” é tão perigoso quanto dirigir bêbado, pois
a maconha reduz o tempo de reação dos reflexos. A maconha torna a pessoa
distraída e esquecida, confunde sua noção de tempo, dificulta o pensamento e a
concentração, distorce a percepção e o senso da realidade. Conseqüência disso é
a dificuldade no aprendizado e a queda de rendimento no trabalho. Usuários
assíduos de maconha sentem falta de motivação, fadiga e apatia, e
frequentemente perdem o interesse pelas coisas que os cercam: escola, trabalho,
exercícios físicos, família e amigos. O uso freqüente de maconha pode reduzir o
impulso sexual, causar prejuízo às funções reprodutoras, assim como problemas
genéticos. A maconha pode desenvolver tolerância e levar a desajustes
psicológicos que conduzem a uma predisposição ao uso de drogas mais pesadas.
COCAÍNA
A
cocaína é um pó químico branco derivado das folhas secas da planta da coca, que
cresce em países da América do Sul. Ela é consumida sob a forma de pó, que é
aspirado. Mas pode também ser fumada (é o “crack”) ou injetada diretamente na
corrente sanguínea. O uso de cocaína ou crack pode causar a morte por ataque
cardíaco, crise respiratória ou convulsões. Como primeiros efeitos, a cocaína
torna a pessoa animada, extrovertida, alegre, excitada e livre de cansaço, pois
afeta o sistema nervoso central. Depois surgem os sintomas de depressão,
ansiedade, agressividade, desconfiança, alucinações, perda de controle. As
conseqüências são a queda do desempenho profissional, a desintegração das
relações pessoais e sociais, além de um “rombo financeiro” devido ao seu alto
custo, o que pode engajar a pessoa em atividades ilegais. A cocaína destrói a
mucosa interna do nariz, causando dores de cabeça, nariz escorrendo e
hemorragias nasais. A cocaína cria dependência e tolerância rapidamente, pois
quando seus efeitos iniciais desaparecem, são necessárias doses cada vez
maiores para obtê-los novamente. Quem fica dependente de cocaína, faz qualquer
coisa para obter outra dose, podendo mentir, roubar e até matar para conseguir
dinheiro para comprar mais.
ÁLCOOL
O ato
de beber está historicamente ligado a encontros sociais, rituais para inspirar
bons sentimentos, propiciar boa sorte e coragem contra o medo, a timidez e as
adversidades. O álcool, porém, é depressivo, do sistema nervoso e não
estimulante como
muitos
supõem. O álcool, sob as suas mais diversas formas (cerveja, vinho, uísque,
cachaça etc.) é a droga de mais amplo uso – e abuso – no mundo. Ele pode
viciar, e crianças e adolescentes podem tornar-se alcoólatras com facilidade. A
maior parte dos alcoólatras começa a beber na adolescência. O álcool em demasia
torna a pessoa repulsiva: mau hálito, olhos injetados, fala difícil, perda do
controle de suas ações e abandono dos hábitos de higiene. Os efeitos do álcool
aumentam quando aumenta a quantidade ingerida, Beber álcool em excesso afeta o
juízo e a memória, pode causar doenças mentais, danos a diversos órgãos, como
fígado, pâncreas, estômago, nervos etc., além de causar dependência e levar ao
alcoolismo. Calcula-se que existam no Brasil cerca de 10 milhões de pessoas em
vários estágios da doença do alcoolismo, o que, além de diminuir a
produtividade na escola e no trabalho, marginaliza socialmente essas pessoas. O
álcool altera ou anula o efeito dos remédios como, por exemplo, os
antibióticos. Alcoolismo leva à morte, por intoxicação, ao deprimir o centro do
cérebro que controla a respiração e os movimentos cardíacos. O álcool afeta o
desenvolvimento do feto quando ingerido durante a gravidez, e é responsável por
problemas de esterilidade e impotência. 50% dos acidentes de trânsito envolvem
pessoas que beberam. Acidentes de carro envolvendo motoristas bêbados são a
principal causa de mortes entre adolescentes.
INALANTES
Os
assim chamados inalantes são substâncias voláteis, vendidas legalmente e
utilizadas indevidamente como drogas, ao serem inaladas. O fato de serem
compostos legais produzidos, distribuídos e vendidos com múltiplos fins,
dificulta a prevenção de seu mau uso. Tais substâncias são encontradas em
produtos de uso doméstico e industrial como aerosol, gasolina, cola de
sapateiro, solventes de pintura, tintas, éter, clorofôrmio, laquê, esmalte de
unha etc. Existem ainda preparados conhecidos como “cheirinho da loló”,
“lança-perfume” etc. Os inalantes interferem diretamente na respiração, podendo
chegar a causar asfixia e morte súbita por parada cardíaca, ao privar o cérebro
de oxigênio. Utilizar inalantes pode causar uma sensação de estrangulamento,
tornar irregulares os batimentos cardíacos, causar danos à visão e lesão nas
células do fígado, além de prejudicar a memória e a capacidade de pensar com
clareza. A pessoa que utiliza inalantes pode vir a ter comportamento violento,
causado por distúrbios orgânicos e alucinações que podem surgir. Os inalantes
são as drogas mais danosas ao ser humano. Seu uso prolongado causa lesões
cerebrais irreversíveis.
LSD
O LSD
é uma substância alucinógena, que altera a forma de ver, ouvir e sentir as
coisas. É um produto químico feito pelo homem e é conhecido como “ácido”. A
mescalina e a psilocibina são também drogas com efeitos alucinógenos. Elas são
ingeridas sob a forma de pílulas, ou chás, ou ainda fumadas, O principal efeito
causado pelo LSD é a intensificação ou a alteração das percepções sensoriais –
as coisas têm forma, tamanho, cor, distância, cheiro, gosto e toque diferente
do normal. Quem toma LSD pode vir a ter tremores, convulsões, reações
psicóticas, turvamento de visão e dilatação das pupilas, além de correr o risco
de causar danos permanentes às células do cérebro. Em altas doses, o usuário de
LSD tem alucinações, imaginando coisas que não existem. A essa impressão dá-se
o nome de “viagem”. Pode porém acontecer uma “má viagem” – uma experiência
assustadora que faz o usuário perder o controle da mente, torna-o muito
sugestionável, com medo das pessoas, podendo também causar loucura, suicídio ou
assassinato. Outro efeito do LSD é o “flash-back”: o usuário revive uma “má
viagem”, muito tempo depois de ter tomado a droga, sem ter ingerido uma nova
dose.
TRANQUILIZANTES
E ANFETAMINAS
Substâncias
vendidas sob prescrição médica, com objetivos terapêuticos, que se tornam
drogas devido ao seu mau uso. São conhecidas, neste caso, como “diabos
vermelhos” ou “bolinhas”. Os tranqüilizantes são drogas depressoras do sistema
nervoso central, utilizados geralmente como “pílulas para dormir” – Eles
acalmam os nervos, produzem sono e dão alívio à ansiedade e à tensão mental.
Tais efeitos têm duração limitada e, por isso, doses crescentes são necessárias
para obtenção dos efeitos originais, produzindo dependência e tolerância.
ingeridos com freqüência, os tranqüilizantes causam entorpecimento da fala,
memória e razão, diminuição dos reflexos, sonolência continua e estupor. O
maior risco, porém, é a sua mistura com álcool, que potencializa os efeitos que
podem matar ou produzir coma irreversível. Os tranqüilizantes também podem
matar por “overdose”, em que se ingere grande quantidade, o que leva a uma
intoxicação. Do lado oposto estão as anfetaminas, que estimulam o sistema
nervoso central. Elas são vendidas sob prescrição médica, para reduzir o
apetite, suprimir o sono, combater a fadiga e resolver problemas de asma. São
geralmente ingeridas como pílulas ou injetadas na corrente sanguínea. Ao serem
consumidas, as anfetaminas aceleram a atividade mental e física, produzem
estados de excitação, euforia, bem-estar e força, agilizam a fala e aumentam a
atividade motora. Ao criarem dependência e serem consumidas constantemente, e
em maior quantidade, as anfetaminas passam a causar insônia, ansiedade,
desassossego, taquicardia, problemas de pele, dentes e gengivas, além de
sensações de pânico, alucinações e pensamentos paranóides. Seu acúmulo no
organismo causa a “psicose anfetamínica”, caracterizada por extrema desconfiança,
comportamento esquisito é, às vezes, violento. Procurando contrabalançar os
efeitos maléficos das anfetáminas, muitas pessoas passam a consumir
tranqüilizantes e, nessa busca de quebra de efeito de uns e outros, a mistura
pode ser fatal.
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